Lote é formado por 221 mil restituições, distribuídas entre contribuintes prioritários e não prioritários; o valor total do crédito é de R$ 558,8 milhões
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Empresas de vendas diretas estão distantes da crise
Na contramão do colapso econômico, segmento vai crescer dois dígitos
01/01/1970 00:00:00
Natalia Pacheco
Na contramão do colapso econômico, segmento vai crescer dois dígitos
O mercado de vendas diretas ignora a atual crise financeira internacional e a previsão para este ano é de crescimento de dois dígitos, segundo a Associação Brasileira de Vendas Diretas (ABEVD).
O segmento registrou lucro de R$ 18,5 bilhões no ano passado, o que representa um aumento de 14,1% quando comparado a 2007. Mesmo no ápice do colapso econômico mundial, o setor cresceu 8,7% no último trimestre de 2008, movimentando R$ 5,5 bilhões.
Cerca de 2 milhões de revendedores comercializaram 1,5 bilhões de produtos no ano passado. O número de distribuidores cresceu 7,2% de 2007 para 2008 e o aumento de itens vendidos foi de 11,3%.
O presidente da ABEVD, Lírio Cipriani, diz que o setor tende a ser poupado pela crise no curto e no médio prazo.
– É um mercado que não opera com base no crédito – explicou.
O diretor-geral da Herbalife no Brasil, Marcelo Zalcberg, ressalta que o segmento vem crescendo mais de 10% há oito anos, o que demonstra a consolidação do mercado.
– O setor cresce, principalmente por dois motivos. O primeiro é a flexibilidade do horário. O outro é que o investimento inicial é muito baixo – destacou.
Oportunidade
O executivo também informou que o segmento costuma crescer em momentos de crise, já que é uma oportunidade, o que falta em momentos de turbulência econômica.
– É uma atividade que pode ser complementar ao orçamento da família ou até mesmo fonte exclusiva de renda – disse Zalcberg.
A empresa possui 1,9 milhões de revendedores pelo mundo, sendo 1,36 mil no Brasil. O faturamento da companhia no ano passado foi de US$ 3,8 bilhões. No país, as vendas expandiram cerca de 7%. Com o resultado, o Brasil passou a ser o terceiro maior mercado da empresa no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e México.
– São produtos que se ajustam ao bolso do consumidor, que vão de R$ 10 a R$ 150. E ainda tem um outro detalhe. O público de produtos de nutrição e de cuidados pessoais é muito forte no país. O brasileiro é muito preocupado com a estética – ressaltou.
O vendedor Paulo Lino, vive apenas da renda da Herbalife.
– As vendas me sustentam há cinco anos e elas vão de vento em popa - contou.
A Demillus também não sente a crise, mas com medo de quedas nas vendas, a empresa lançou novas peças e baixou os preços.
– A estratégia para manter o ritmo, de 15% de crescimento por ano, é tornar os preços mais competitivos – contou a diretora de Marketing, Eva Goldman.
Muito trabalho pela frente
A outra vantagem das vendas diretas é que ainda há mercado para ser atendido, segundo o líder regional da Natura, Arnô Araújo.
– Essa é a outra razão pela qual a crise não nos atingiu. E ao mesmo tempo esse é o nosso grande desafio. Fazer com que os revendedores atendam todos esses consumidores que nunca foram visitados – disse.
Para Araújo, o crescimento do poder aquisitivo das classes C, D e E nos últimos anos aumentou o público das empresas de vendas diretas.
– Há um nicho ainda desconhecido. Temos que estudar esse público para chegarmos nele – explicou o representante da Natura, que ainda destacou que a crise afasta os consumidores do comércio. – Com isso, há uma abertura para maior para os revendedores, que vão de porta em porta.
O lucro bruto da empresa no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 572 milhões, valor 67% maior ao alcançado no mesmo período de 2008. A Natura fechou o ano passado com 850 mil consultores, dos quais 731 mil estão no Brasil e 119 mil no exterior (Argentina, Peru, Chile, Venezuela, México e França). A companhia repassou mais de R$ 2 bilhões da receita bruta para os revendedores no ano passado.
A estudante, de 20 anos, Priscila Carvalho, é revendedora há dois anos. Ela conta que o mercado varia muito, mas sempre consegue faturar alguma coisa sem gastar nada.
– Levo as revistas para a faculdade e para o trabalho. Tem mês que ganho R$ 50 e outros eu faturo R$ 200, sem ter custo – disse.
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