Lote é formado por 221 mil restituições, distribuídas entre contribuintes prioritários e não prioritários; o valor total do crédito é de R$ 558,8 milhões
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Fundos preveem mais investimentos no Brasil
Os gestores de fundos de private equity (carteiras que compram participações em empresas) já veem um aquecimento dos investimentos nos países da América Latina.
01/01/1970 00:00:00
Altamiro Silva Júnior
Os gestores de fundos de private equity (carteiras que compram participações em empresas) já veem um aquecimento dos investimentos nos países da América Latina. Pesquisa da Deloitte mostra que 47% dos profissionais acham que esses investimentos vão crescer nos próximos 12 meses, especialmente no Brasil. O país mantém a liderança e é citado como principal destino das aplicações na região.
A expectativa é que os investimentos voltem com mais força a partir do segundo semestre. Entre os gestores ouvidos, há também aqueles mais cautelosos: 23% acham que os investimentos dos fundos na região vão permanecer no nível atual. Outros 30% esperam queda nos números, mesmo que modesta.
Os setores citados como os mais atraentes são em sua maioria contracíclicos, ou seja, capazes de ir bem em um momento de economia desaquecida. Infraestrutura aparece no topo do ranking (24%), seguido por petróleo, gás e energia (17%). O setor de varejo e consumo (13%) também é citado.
Em tempos de crise, cresce a intenção dos fundos de participar de forma mais direta da gestão das empresas nas quais investem. A maioria (83%) diz que espera se envolver nas operações das companhias investidas. Quando havia dinheiro sobrando no mercado, muitos fundos compravam participação minoritária nas empresas e pouco se interessavam pelo dia a dia das operações. O interesse dos fundos também é participar da consolidação de setores na região.
Na preferência dos private equities, o Brasil é o mais citado como destino preferencial, por 28% dos gestores. Em seguida aparecem Colômbia (23%), México (16%), Chile e Peru (ambos com 14%). A Argentina e a Venezuela ficam na lanterna, com apenas 4% e 1%, respectivamente.
Uma recente pesquisa da Empea (a associação dos gestores de privates equities dedicados a mercados emergentes, sediada em Washington) já havia indicado uma maior preferência pelo Brasil. No ranking mundial, o país ultrapassou a Índia e só perde para a China no destino dos recursos globais.
Segundo José Paulo Rocha, sócio da área de finanças corporativas da Deloitte, o Brasil vem se consolidando na liderança da América Latina. "Antes, os investidores olhavam a região de forma homogênea." Nos últimos anos, passaram a olhar isoladamente cada país. A Argentina, que no ano passado, em meio à crise, estatizou recursos dos fundos de pensão saiu do radar dos fundos.
Os fundos de pensão, aliás, são apontando como os responsáveis por reanimar o segmento de private equities da América Latina, segundo o jornal "Financial Times". A expectativa é que os fundos da região saiam da crise em melhor forma que os europeus e americanos.
Em 2008, os fundos da América Latina levantaram US$ 6,4 bilhões de investidores locais e estrangeiros, de acordo com relatório divulgado ontem pela Latin American Venture Capital Association (Lavca).
No Brasil, este ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já autorizou a captação de R$ 2,8 bilhões para oito fundos, que pretendem investir em setores como o imobiliário e o de infraestrutura.
Mesmo na liderança do ranking, o Brasil tem muito espaço a ganhar. Na avaliação do executivo da Deloitte, grandes gestoras estrangeiras ainda têm participação no país muito pequena perto do tamanho que têm lá fora. Por aqui, as maiores, tanto em valores, quanto em número de transações ainda são as gestoras locais.
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