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Desemprego fica em 11,2% em janeiro e ainda atinge 12 milhões, diz IBGE
Rendimento real do trabalhador voltou a cair, ficando em R$ 2.489 na média, encolhendo 9,7% em 1 ano. Informalidade recua, mas ainda alcança 40,4% da população ocupada, ou 38,5 milhões de brasileiros
01/01/1970 00:00:00
Rendimento real do trabalhador voltou a cair, ficando em R$ 2.489 na média, encolhendo 9,7% em 1 ano. Informalidade recua, mas ainda alcança 40,4% da população ocupada, ou 38,5 milhões de brasileiros.
A taxa de desemprego no Brasil ficou no 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, com a falta de trabalho ainda atingindo 12 milhões de brasileiros, informou nesta sexta-feira (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desemprego recuou 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre encerrado em outubro (12,1%). Segundo o IBGE, é a menor taxa para o período desde 2016, quando registrou 9,6%.
Apesar do mercado de trabalho seguir em trajetória de recuperação no país, o rendimento real do trabalhador segue em queda para todas as categorias, encolhendo quase 10% em 1 ano.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desemprego estava em 11,1%, atingindo 12 milhões de pessoas. Na mínima histórica, registrada em 2014, chegou a 6,5%.
Embora o desemprego tenha ficado levemente acima do registrada no trimestre encerrado em dezembro (11,1%), o IBGE considera comparáveis apenas os trimestres móveis com um intervalo de 3 meses.
O resultado veio um pouco melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa de desemprego ficaria em 11,4% no período.
O número de ocupados no país atingiu 95,4 milhões de pessoas estavam ocupadas, uma alta de 1,6% (1,5 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e de 9,4% (8,2 milhões de pessoas) na comparação interanual. Segundo o IBGE, é a primeira vez que a gente consegue ultrapassar o total de ocupados do período pré-pandemia.
Já o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,3%, contra 54,6% no trimestre anterior. Na máxima histórica, em 2012, chegou a 58,4%.
A renda do trabalho diminuiu 1,1% em 3 meses e encolheu 9,7% frente ao mesmo trimestre de 2021, ficando em R$ 2.489 de média. Trata-se do menor rendimento médio da série de trimestres comparáveis. A mínima da série iniciada em 2012 foi registrada no trimestre encerrado em dezembro (R$ 2.465)
Em meio à queda do rendimento médio do trabalho, a massa de rendimento real habitual ficou em R$ 232,6 bilhões, um recuo de 0,9% em 1 ano.
"A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, destacou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”.
Aumento do emprego formal
No que diz respeito à informalidade, janeiro registrou 38,5 milhões de trabalhadores informais (40,4% da população ocupada), taxa menor que a do trimestre anterior (40,7%), mas maior que o mesmo período do ano passado (39,2%).
Diferentemente do observado nos últimos meses, quando o trabalho informal e por conta própria puxaram o aumento do número de ocupados no país, o emprego formal foi o destaque.
Do acréscimo de 1,5 milhão de ocupados no trimestre encerrado em janeiro, 1,15 milhão foram de trabalhadores formais, sendo 681 mil empregados com carteira assinada. "Ou seja, 79% da expansão da ocupação veio do aumento da formalidade", observou a pesquisadora, ressaltando que o contingente de trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria permanecem próximos das máximas da série histórica.
O número de trabalhadores com carteira assinada subiu para 34,6 milhões, mas ainda distante da máxima de 37,6 milhões registrada em 2014. Já o número de empregados sem carteira atingiu 12,4 milhões e o de trabalhadores por conta própria somou 25,6 milhões. Veja quadro abaixo:
Brasil tem 25,6 milhões de trabalhadores por conta própria — Foto: Economia g1
Apesar do aumento do número de ocupados no país, analistas avaliam que a recuperação do mercado de trabalho tende a perder ritmo em 2022, em razão da inflação persistente, dos juros em alta, impactos da guerra na Ucrânia na economia global, incertezas políticas relacionadas à corrida presidencial e perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira.
"A inflação está cobrando um preço alto: apesar de recuperação nos dados de emprego isso não se transforma em renda o que dificulta que a máquina econômica ganhe tração", afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Outros destaques da pesquisa
- Número de desempregados (12 milhões de pessoas) diminuiu 6,6% (menos 858 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (12,9 milhões de pessoas);
- População desalentada (que desistiu de procurar emprego) somou 4,8 milhões, com redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em 3 meses;
- O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada atingiu 34,6 milhões de pessoas, subindo 2% (681 mil pessoas) em 3 meses;
- número de empregados sem carteira assinada atingiu 12,4 milhões de pessoas, subindo 3,6% (427 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior;
- o total de trabalhadores por conta própria somou 25,6 milhões, ficando estável no comparativo com o trimestre anterior, mas saltando 10,3% (mais 2,4 milhões de pessoas) em 1 ano.
- A população subutilizada foi estimada em 27,8 milhões de pessoas, queda de 7,2% (menos 2,2 milhões) frente ao trimestre anterior;
- população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas somou 6,9 milhões de pessoas, um recuo de -9,7% (menos 741 mil pessoas) em 3 meses;
- O aumento da ocupação foi impulsionado pelo comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (alta de 2,4% o trimestre, ou mais 436 mil pessoas), outros serviços (6,8%, ou mais 310 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,8%, ou mais 282 mil pessoas).
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