Daniel Loria, diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, prevê 2025 como um ano a ser marcado por avanços significativos na implementação tecnológica da reforma
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Primeiro prognóstico para a safra de 2025 prevê crescimento de 5,8% frente a 2024
Essa produção representa um aumento de 5,8% em relação à safra de 2024, ou 17,2 milhões de toneladas a mais
01/01/1970 00:00:00
De acordo com o primeiro prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (14) pelo IBGE, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 311,0 milhões de toneladas em 2025. Essa produção representa um aumento de 5,8% em relação à safra de 2024, ou 17,2 milhões de toneladas a mais.
A alta na safra de 2025 deve-se, principalmente, ao crescimento da estimativa para a produção de soja (10,9% ou 15 725 592 t), milho 1ª safra (9,1% ou 2 081 661 t), arroz (6,0% ou 633 328 t) e feijão 1ª safra (18,1% ou 164 084 t). No sentido oposto, o algodão herbáceo em caroço e o milho 2ª safra devem ter quedas de 0,7% ou -36 928 toneladas, e de 1,8% ou -1 703 556 toneladas, respectivamente.
“A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2024 enfrentou uma série de problemas climáticos em diversas unidades da federação, notadamente falta de chuvas e excesso de calor, sendo que no Rio Grande do Sul ainda tivemos excesso de chuvas e enchentes em abril/maio, o que retirou da safra brasileira em torno de cinco milhões de toneladas de grãos. Para 2025, embora os preços dos principais produtos não estejam apresentando uma boa rentabilidade, se tivermos um clima se comportando próximo a uma normalidade esperada, com as lavouras apresentando uma boa produtividade, teremos uma recuperação da safra brasileira, o que é importante para o controle da inflação e para o aumento das exportações brasileiras”, destaca Carlos Barradas, gerente do LSPA.
A primeira estimativa indica que a produção de soja deve ter aumento de 10,9% em 2025, quando comparado com 2024, totalizando 160,2 milhões de toneladas, o que caracterizaria um novo recorde na produção nacional da leguminosa, superando a produção registrada no ano de 2023. A estimativa para a produção de milho em 2025 é de 115,9 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação à safra colhida em 2024. Para o milho 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 24,9 milhões de toneladas, um crescimento de 9,1% em relação à safra de 2024, com declínio de 2,1% na área a ser colhida e crescimento de 11,4% no rendimento médio das lavouras. Já para o milho 2ª safra é estimada uma produção de 91,0 milhões de toneladas, redução de 1,8% na comparação com 2024.
No caso do algodão herbáceo em caroço, estima-se uma produção de 8,8 milhões de toneladas, praticamente igual à safra de 2024 (-0,7%), com um crescimento de 0,6% na estimativa da área a ser plantada, devendo alcançar 2,0 milhões de hectares. No Mato Grosso, maior produtor e que deve ter participação de 71,3% no total nacional, a produção prevista é de 6,3 milhões de toneladas, queda de 1,0% em relação a 2024.
A produção de feijão para 2025, considerando-se as três safras, dever ser de 3,3 milhões de toneladas, aumento de 5,3% em relação à safra colhida em 2024. A 1ª safra deve produzir 1,1 milhão de toneladas, a 2ª safra, 1,4 milhão de toneladas, e a 3ª safra, 782,0 mil toneladas. A produção do arroz em casca deve alcançar 11,2 milhões de toneladas, crescimento de 6,0%, com aumento de 4,4% na área ser colhida, e crescimento de 1,5% no rendimento médio. Dessa forma, tanto a produção de feijão como a de arroz devem atender ao consumo interno brasileiro, provavelmente não havendo a necessidade da importação desses produtos.
Estimativa é de alta na produção em 12 unidades da federação
A produção de 2025 deve crescer no Paraná (13,6%), no Rio Grande do Sul (12,4%), no Mato Grosso do Sul (24,1%), em Minas Gerais (5,0%), em Goiás (2,0%), na Bahia (3,8%), em São Paulo (16,3%), no Tocantins (0,3%), em Santa Catarina (3,7%), no Piauí (2,3%), em Rondônia (10,6%) e em Sergipe (0,3%). Por outro lado, são esperados declínios na produção no Mato Grosso (-0,6%), no Maranhão (-0,1%) e no Pará (-13,3%).
Safra de 2024 deve ser 6,9% menor do que a de 2023
A pesquisa também traz a estimativa de outubro para a safra de 2024 de cereais, leguminosas e oleaginosas, que alcançou 293,8 milhões de toneladas, 6,9% menor do que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), diminuição de 21,6 milhões de toneladas. Em relação a setembro, houve redução de 1.368.218 toneladas (-0,5%). A área a ser colhida foi de 78,7 milhões de hectares, apresentando crescimento de 1,1% frente à área colhida em 2023, aumento de 864.711 hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou um crescimento de 27.382 hectares (0,0%).
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,1% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 15,9% na área do algodão herbáceo em caroço, de 5,7% na do arroz em casca, de 6,7% na do feijão e de 3,3% na da soja, ocorrendo declínios de 3,3% na área do milho (recuos de 9,5% no milho 1ª safra e de 1,4% no milho 2ª safra), de 11,8% na do trigo e de 1,6% na do sorgo.
““Em 2024, a safra brasileira de grãos enfrentou uma série de problemas climáticos na maioria das unidades da federação produtoras. Houve perdas na safra de verão, nas 2ª safras e na safra de inverno. Assim, o potencial da produção da safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas foi severamente afetada, em decorrência da redução da produtividade das principais culturas. Com exceção do café, cujos preços estão apresentando uma boa rentabilidade, os do milho e da soja no mercado internacional encontram-se relativamente baixos, o que também prejudicou o país em termos de faturamento das exportações e entrada de divisas em 2024. Apesar disso, nesse ano o Brasil obteve uma excelente safra de algodão herbáceo em caroço, recorde de série histórica do IBGE, além de crescimento nas produções de arroz, de feijão e, por enquanto, de trigo, sendo que essa última ainda está sendo colhida”, explica Carlos.
No que se refere à produção, ocorreram acréscimos de 14,5% na do algodão herbáceo em caroço, de 2,8% na do arroz, de 5,3% na do feijão, de 5,3% na do trigo, com decréscimos de 4,9% na da soja, de 11,9% na do milho (reduções de 17,6% no milho 1ª safra e de 10,3% no milho 2ª safra) e de 8,7% na do sorgo.
Para a soja, a estimativa de produção foi de 144,5 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 115,5 milhões de toneladas (22,8 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 92,7 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,6 milhões de toneladas, a do trigo em 8,2 milhões de toneladas, a do algodão herbáceo em caroço em 8,9 milhões de toneladas, e a do sorgo em 3,9 milhões de toneladas.
Capacidade dos estoques cresce 5,4% no 1º semestre de 2024
A Pesquisa de Estoques, também divulgada hoje (14) pelo IBGE, mostrou um aumento de 5,4% na capacidade de armazenamento no país no primeiro semestre deste ano em comparação aos seis meses anteriores. Ao todo, são 222,3 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul segue sendo o estado com maior número de estabelecimentos de armazenagem: 2.444. Já Mato Grosso continua com a maior capacidade de armazenagem, com 59,2 milhões de toneladas.
Em relação aos tipos de armazenamento, a predominância é dos silos, que chegaram a 117,5 milhões de toneladas. Isso representa mais da metade (52,9%) da capacidade útil total do país. Frente ao último semestre, houve um aumento de 6,8%. Em seguida, aparecem os armazéns graneleiros e granelizados, que atingiram 80,9 milhões de capacidade útil armazenável, uma alta de 4,0% na mesma comparação.
A pesquisa também estimou o estoque total de produtos agrícolas em 87,9 milhões de toneladas. Os estoques de soja representaram o maior volume (43,3 milhões de toneladas), seguidos pelos estoques de milho (32,7 milhões), arroz (5,0 milhões), trigo (2,6 milhões) e café (0,8 milhão). Esses produtos constituem 96,1% do total estocado entre os produtos monitorados por esta pesquisa, sendo os 3,9% restantes compostos por algodão, feijão preto, feijão de cor, e outros grãos e sementes. Na comparação com o mesmo semestre do ano passado, houve aumento nos estoques de milho (91,4%) e arroz (2,4%), e redução nos de soja (-7,8%), trigo (-19,4%) e café (-2,8%).
Sobre o LSPA
Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. O LSPA está disponível no SIDRA. O próximo resultado da pesquisa, referente a novembro, será em 12 de dezembro.
Sobre a Pesquisa de Estoques
A pesquisa, que abrange todo o país, tem o objetivo de fornecer informações estatísticas sobre volume e distribuição espacial dos estoques de produtos agrícolas armazenáveis básicos, além das unidades onde são guardados. Os dados levantados pela Pesquisa de Estoques são essenciais para gestores públicos e privados e têm relação com questões de segurança alimentar. As informações são fornecidas pelo proprietário, funcionário capacitado ou contador do estabelecimento pesquisado e são respondidas de forma presencial, por telefone, e-mail, por meio de questionário online ou planilha eletrônica. Os resultados são divulgados a cada semestre. Os dados estão disponíveis no SIDRA.
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