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Brasil perde posições em ranking mundial de competitividade da IMD
Em 2020, o país ocupava a 56ª colocação, mas desde então perde terreno todos os anos, caindo para 62ª na divulgação atual, à frente apenas de Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela
01/01/1970 00:00:00
O Brasil caiu mais duas posições, ficando à frente de apenas cinco países - Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela -, no ranking mundial de competitividade da escola de negócios suíça IMD (Institute for Management Development). O País ficou na 62ª colocação no ranking deste ano, que foi liderado por Cingapura.
Além de ser ultrapassado, do ano passado para cá, por África do Sul e Mongólia, o Brasil desceu uma posição por causa da inclusão no ranking de uma economia mais competitiva: Porto Rico. O País só não caiu para as três últimas colocações, juntando-se à Argentina e Venezuela, porque dois países menos competitivos (Nigéria e Gana) também passaram a ser avaliados neste ano, e pelo fato de o Peru ter despencado da 55ª para a 63ª colocação.
O levantamento considera indicadores estatísticos, que têm peso maior (dois terços) nas notas dos países, e pesquisas de opinião com executivos e empresários de diferentes setores. No Brasil, foram entrevistados mais de 100 executivos pela Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD. Ao todo, os países são comparados em 336 indicadores.
A edição deste ano mostra uma avaliação positiva do desempenho econômico do Brasil, principalmente em relação ao emprego e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, o País está dentre as quatro piores posições quando se olha para custo de capital, legislação trabalhista, contas públicas e barreiras tarifárias, itens que entram na esfera das políticas governamentais.
Em educação, tanto básica quanto universitária, o Brasil está em penúltimo lugar no ranking. Na avaliação do acesso das empresas ao crédito, está na última colocação. "Estamos caindo porque estamos asfixiando a cadeia produtiva brasileira, o custo de capital está cada vez maior e porque tem 'muito Brasília e pouco Brasil'. Também não estamos focando em ciência, tecnologia, inovação e formação de mão de obra. Estamos deixando de lado esta agenda", comenta o professor Hugo Tadeu, diretor do núcleo de inovação e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral e líder da pesquisa no Brasil.
Desde 2020, quando ocupava a 56ª colocação, o Brasil já caiu seis posições no ranking, seja pela inclusão de economias mais competitivas ou por ter sido ultrapassado por países como Eslováquia, Jordânia e Croácia.
Os países nas melhores colocações no estudo - Cingapura, Suíça e Dinamarca neste ano - se destacam por políticas públicas eficazes, infraestrutura avançada e educação básica sólida, o que permite um ambiente favorável à inovação e aos investimentos.
No caso brasileiro, avalia a FDC, os desafios para melhorar a competitividade incluem a baixa oferta de programas para a formação de gestores, a falta de eficiência do setor público e a burocracia excessiva.
"O olhar macro, do nosso crescimento, é satisfatório, mas quando vamos para o micro há muitos desafios. Se não tivermos uma agenda estratégica para o País, vamos continuar amargando essas posições", acrescenta Tadeu.
América Latina - Iniciado em 1989, o ranking mundial de competitividade chegou à 36ª edição. Os países da América Latina seguem posicionados na metade de baixo da tabela, sendo o Chile, na 44ª colocação, o melhor colocado na região.
Dentre as maiores economias do mundo, os Estados Unidos caíram da nona para a 12ª colocação em relação ao ano passado, enquanto a China subiu da 21ª para a 14ª posição entre os países que oferecem as melhores condições para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais.
Já os países que encabeçam o ranking são economias pequenas, mas que utilizam bem seus acessos a mercados do exterior.
O objetivo do levantamento é identificar tanto os pontos fortes quanto as deficiências de cada economia, de modo a orientar governos e empresas na implementação de políticas e estratégias.
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